sábado, 10 de novembro de 2018

Longe de casa,
Longe da minha família
Longe das conversas na calçada
Do jogo de salvá latinhas
De andar de bicicleta
De paquerar os meninos da rua
De ficar até meia noite
Contemplando a lua.
Longe da minha eterna infância
De brincar de pique esconde
De correr de mãinha,
Com medo da santa peia.
Oh! saudade do natal,
Com toda família reunida
Da minha mãe gastando
Os últimos vintém pra comprar o Peru pra ceia.
Saudade da dona Francisca
Minha vizinha querida,
Que sempre nos acudia nos tempos da seca.
Com uma sacola na mão ela sempre passava as coisas enriba da cerca.
Dividia o pouco que ela tinha pra colocar em nossas mesas.
Só quem olha no fundo dos meus olhos tristes,
Consegue enxergar
A doçura das lembranças
Da minha eterna infância.

Bruna Taís da Silva